Foram oito as freguesias de Lisboa cujos livros se perderam com o terramoto de 1 de Novembro de 1755 e o incêndio que se lhe seguiu: Beato, Madalena, Mártires, São João da Praça, São Julião, São Mamede, São Nicolau e São Paulo.
Apesar das instruções que foram transmitidas à população de Lisboa no sentido de voltarem às respectivas paróquias e tentarem reconstituir, seja de memória, seja através de eventuais certidões que tivessem em seu poder, os assentos de baptismo e de casamento que se perderam, foi reduzido o número de pessoas que o fez. E, em qualquer caso, esta medida aplicava-se naturalmente e apenas aos vivos, do que resulta que, mesmo que tivesse havido uma completa adesão, apenas a reconstituição de cerca dos últimos 50 anos seria possível e, nesse sentido, a esmagadora maioria desses assentos não poderia nunca ser recuperada ou reconstituída.
Parte dessa reconstituição é possível tentar fazê-la agora, recorrendo a fontes alternativas que escaparam à destruição - como é, nomeadamente, o caso dos Sumários Matrimoniais da Câmara Eclesiástica de Lisboa aqui disponibilizados - mas, sobretudo à informação que surge nos registos posteriores, em que se indica a naturalidade dos noivos e/ou a freguesia em que os pais casaram.
Para esse efeito, criámos para cada uma destas freguesias um (inexistente) livro "zero" onde iremos paulatinamente registando a informação que permita, em certa medida, reconstituir muita da informação que se perdeu.
24 dezembro 2019