A invenção (acidental) da "pólvora" ocorreu na China, havendo documentação que remonta ao século IX. Neste particular, todos os historiadores estão de acordo. Mais controversa é a sua chegada ao Ocidente. A maioria admite que terão sido os mongois, nas suas investidas contra o Islão, que acabaram por revelar esse novo poderoso instrumento de guerra que os muçulmanos utilizaram depois nas invasões do território europeu. Esta "viagem" foi lenta e progressiva.
A verdade é que só no século XIV, a sua utilização começa a surgir difundida um pouco por toda a Europa, seja na produção de fogo de artificio com carácter lúdico, seja na sua utilização como potente arma de guerra.
Em Portugal, datam de meados do século XV, no reinado de D. João II, as primeiras referências aos "mestres polvoristas" e ao fabrico da pólvora negra. Desde logo por pequenos produtores artesanais e depois, com a intervenção do Estado, nascendo assim as "Ferrarias del Rey" em Barcarena onde, muito mais tarde, já no reinado de Filipe I, se construirá a Fábrica da Pólvora que chegou aos nossos dias.
Sem que se conheça a data exacta do início da produção - finais de 500, princípios de 600 -, com sucessivos melhoramentos e acrescentos, interrupções temporárias, avanços tecnológicos e acidentes graves - explosões que vitimaram pessoas que ali operavam - a Fábrica da Pólvora de Barcarena laborou cerca de 400 anos, encerrando definitivamente em 1988.
Adquirida pela Câmara Municipal de Oeiras em 1994, é hoje um espaço revitalizado e especialmente dedicado à área da Cultura distribuido por eplos vários edifícios em que se destaca, naturalmente, o Museu da Pólvora Negra.