Fundado em 1864, pelo jornalista e escritor Eduardo Coelho e pelo industrial tipográfico Tomás Quintino Antunes, 1.º Conde de São Marçal, as primeiras três décadas de vida do jornal foram marcadas pela direcção do primeiro, que seguiu uma estratégia de implementação e consolidação do jornal praticando um jornalismo moderno, informativo e independente.
Eduardo Coelho introduziu dois novos géneros jornalísticos: o editorial e a grande reportagem. Após a morte de Eduardo Coelho, a direcção do jornal e da empresa viria a ser assumida pelo seu genro, o advogado e jornalista Alfredo da Cunha, que passou a encabeçar o grupo dos proprietários - a família Coelho, herdeira também do sócio capitalista Tomás Quintino Antunes, que não deixou descendentes.
Alfredo da Cunha procurou impulsionar o jornal, renovando o seu aspecto gráfico e captando colaboradores de qualidade, como os escritores Ramalho Ortigão, Eça de Queirós e Pinheiro Chagas. Em 1907, durante o governo de João Franco, foi criado um gabinete de exame censório, sendo Alfredo da Cunha alvo de um processo por alegadas ofensas aos poderes públicos.
Após o escândalo familiar que envolveu, em fins de 1918, Alfredo da Cunha e a sua mulher Maria Adelaide Coelho da Cunha, primogénita do fundador Eduardo Coelho, o Diário de Notícias foi vendido pela família em 1919 à empresa moageira Companhia Industrial de Portugal e Colónias, passando a constituir uma sociedade anónima (Empresa do Diário de Notícias). Assumiu então a direcção do jornal o advogado, jornalista e político Augusto de Castro, que fora intermediário do negócio e era amigo pessoal de Alfredo da Cunha.
Sob a direcção de Augusto de Castro, o Diário de Notícias passou a defender abertamente os interesses da companhia proprietária e abriu-se aos sectores políticos, económicos e militares que sete anos depois, em 1926, iriam instaurar a Ditadura Nacional.
Nacionalizado após a revolução de 1974, assumiu sucessivas linhas editoriais de acordo com os ventos políticos dominantes -a que nem a vertente comunista escapou sob a liderança de José Saramago., só regressando à posse de privados em 1991, na consulado cavaquista.